quinta-feira, 19 de abril de 2018

HEITOR CONY - Arte tumular - 451 - Cremado







Seu corpo foi cremado e o ritual da ABL foi dispensado pela família.


Carlos Heitor Cony Academia Brasileira de Letras
Cony (foto ABr)
Nascimento14 de março de 1926
Rio de Janeiro
Morte5 de janeiro de 2018 (91 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidadebrasileiro
OcupaçãoJornalista e escritor
Principais trabalhosQuase Memória
Pessach: A Travessia
PrêmiosPrêmio Machado de Assis1996
PERSONAGEM
Carlos Heitor Cony (Rio de Janeiro, 14 de março de 1926 — Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 2018) foi um jornalista e escritor brasileiro. Era editorialista da Folha de S.Paulo e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2000.

SINOPSE BIBLIOGRÁFICA
Filho do jornalista Ernesto Cony Filho, que considerava "obscuro", e de Julieta Moraes Cony, Carlos Heitor Cony cresceu no bairro de Lins de Vasconcelos, na zona norte do Rio de Janeiro. Foi considerado "mudo" pela família até os quatro anos de idade, quando pronunciou suas primeiras palavras reagindo a um barulho provocado por um hidroavião em Niterói. Por causa desse problema, que seria resolvido apenas quando o escritor tinha 15 anos em uma cirurgia, Cony foi alfabetizado em casa e estudou em um seminário em Rio Comprido até 1945, abandonando-o antes da ordenação como padre.

No ano seguinte, começou a cursar a Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, mas interrompeu o curso em 1947, e teve sua primeira experiência como jornalista no Jornal do Brasil cobrindo férias de seu pai.

Trabalhou como funcionário público da Câmara Municipal do Rio de Janeiro até 1952, quando se tornou redator da Rádio Jornal do Brasil. Em 1955, começou a trabalhar na sala de imprensa da Prefeitura do Rio de Janeiro como setorista do Jornal do Brasil em substituição ao pai, que sofrera uma isquemia cerebral. No mesmo ano, escreve seu primeiro romance, O Ventre.

Em 1956, inscreve a obra no Prêmio Manuel Antonio de Almeida, organizado pela Prefeitura. O júri do concurso considera o livro "muito bom", mas nega-lhe o prêmio por ser "forte demais". Em nove dias, escreve e inscreve um segundo livro, A Verdade de Cada Um, e ganha o concurso no ano seguinte. Outro livro de Cony, Tijolo de Segurança, ganharia o mesmo prêmio em 1958. Esses três livros iniciais do autor foram lançados em 1958, 1959 e 1960, respectivamente, pela editora Civilização Brasileira.

Em 1960, entrou para o jornal carioca Correio da Manhã na função de copidesque e editorialista.

Entre 1963 e 1965, manteve uma coluna no jornal Folha de S.Paulo, revezando espaço com a poetisa Cecília Meirelles. Inicialmente tendo apoiado o golpe militar de 1964 que tirou João Goulart da presidência da república, Cony foi um dos que se arrependeram de apoiar a queda de Goulart e rapidamente veio a opor-se abertamente ao golpe, sendo preso por seis vezes ao longo do regime militar. Como editorialista do Correio da Manhã, escreveu textos de crítica aos atos da ditadura militar, reunidos em um livro, O Ato e o Fato, lançado ainda em 1964.

Pressionado pelas críticas que fazia, acabou pedindo demissão do jornal. “ Numa das seis prisões durante o regime militar, um coronel me perguntou por que eu escrevia tanta besteira no jornal em que então trabalhava. Dei razão a ele. Até hoje, acho que não fiz outra coisa. ” Após responder oito processos, três inquérito policial militar e ser preso seis vezes por “delito de opinião”, deixou o país em 1967, se auto-exilando em Cuba durante um ano ao ser convidado pelo governo cubano para participar do júri do Prêmio Casa de las americas.

Quando voltou ao Brasil, no ano seguinte, foi chamado pelo empresário Adolpho Bloch para trabalhar nas revistas publicadas pela Bloch Editores. Durante boa parte do período em que esteve na Bloch, entre 1968 e 2000, deixou de lado a literatura, tendo publicado seu último livro ficcional em 1973, Pilatos. Dedicando-se ao jornalismo, trabalhou nas funções de colunista, repórter especial e editor de publicações como Manchete, Desfile, Fatos& Fotos e Ele Ela. Além de trabalhar na mídia impressa, Cony também foi diretor de teledramaturgia da Rede Manchete entre 1985 e 1990, tendo escrito os primeiros capítulos da primeira minissérie da emissora, Marquesa de Santos, o projeto da novela Dona Beija, e a ideia original de Kananga do Japão juntamente com Adolpho Bloch.

Em 1993, Cony foi convidado pelo jornalista Jânio de Freitas para voltar a escrever para a Folha de S.Paulo, assumindo a coluna "Rio" no lugar do escritor Otto Lara Rezende, falecido recentemente. A primeira coluna de Cony na Folha saiu em 14 de março daquele ano, escrevendo no jornal até a morte.

Após 22 anos afastado da literatura de ficção, em 1995, Cony lança o livro Quase Memória, marcando seu retorno à atividade de escritor e romancista. O livro se tornou uma de suas obras mais famosas ao vender mais de 400 mil exemplares, recebendo também o Prêmio Jabuti de 1996 na categoria Livro do Ano - Ficção.

 Cony recebia pensão do governo federal em decorrência de legislação que autoriza pagamento de indenização aos que sofreram danos materiais e morais vitimados pela ditadura militar. O benefício, chamado de prestação mensal permanente continuada, foi aprovado pela Comissão de Anistia em 21 de junho de 2004, correspondendo à época em cerca de 23 mil reais, que equivaleria ao salário que receberia no jornal caso não tivesse sido obrigado a se desligar. O valor mensal foi à época limitado a R$ 19.115,19, o teto do funcionalismo de então.

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Imortal da Academia Brasileira de Letras , foi eleito para a cadeira 3 cujo patrono é Artur de Oliveira, em 23 de março de 2000, sendo o seu quinto ocupante. Foi recebido em 31 de maio do mesmo ano por Arnaldo Niskier.

MORTE
Em 2013, o escritor sofreu uma queda na Feira do Livro de Frankfurt, gerando um coágulo em seu cérebro. Debilitado pelo acidente e um câncer linfático que o acompanhava desde 2001, Cony morreu em 5 de janeiro de 2018 no Rio de Janeiro devido a problemas no intestino e falência múltipla dos órgãos.
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação:  Helio Rubiales
Anterior
Próximo

hrubiales@gmail.com

0 comments: